Sitiado por escândalos e reconhecido pelos principais auxiliares como excepcional no palanque, mas ruim de debate, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido preparado todos os dias para o primeiro enfrentamento com o tucano Geraldo Alckmin, domingo, na TV Bandeirantes. Lula tem feito seguidas simulações com seu marqueteiro, João Santana. O presidente tem dificuldade para finalizar a linha de pensamento quando o tempo de sua participação acaba e se atrapalha com temas simples, como a compra de um aparelho de som – com Fernando Collor, em 1989 – e sobre a divisão do dinheiro do imposto dos combustíveis, em 2002.

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Para dar munição a Lula, o PT e o governo estão produzindo notícias em escala industrial a fim de ajudá-lo a chegar bem ao debate e abafar o noticiário das investigações sobre o escândalo do dossiê Vedoin. No PT, por exemplo, a ordem é limpar a área, com a abertura hoje de processo disciplinar contra os filiados que se envolveram no escândalo e até mesmo com o provável afastamento do presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP). Lula quer ter respostas para o envolvimento de petistas com a tentativa de compra do dossiê. Ele sabe que esta será a primeira pergunta que Alckmin lhe fará.

Ao mesmo tempo, o governo passou a semana produzindo boas notícias. Na quarta-feira, anunciou a liberação de R$ 1,5 bilhão para nove ministérios. Um dia antes o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva cobrara um programa econômico de Alckmin. Ontem, voltou à carga para comentar resultado de pesquisa do IBGE sobre a produção industrial brasileira, que cresceu 0,7% em agosto.

Paralelamente, o PT montou um quadro com 45 itens de comparação dos 8 anos do governo FHC com os 3 anos e meio de Lula para provocar Alckmin.

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