O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, negou nesta quinta-feira (21) que a ONG Unitrabalho – do petista Jorge Lorenzetti, afastado do cargo de analista de mídia do Comitê de Campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por causa de seu envolvimento com o dossiê contra candidatos tucanos – tenha recebido R$ 18,5 milhões do atual governo. Segundo Marinho, os repasses à ONG foram dois, totalizando R$ 14 milhões, valor que seria o mesmo da soma de repasses feitos à organização no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O último repasse do atual governo a Lorenzetti, segundo Marinho, foi feito na semana passada, no valor de R$ 3,4 milhões. O ministro disse que os dois repasses à ONG se referem a um convênio de dois anos com o Ministério. Ele afirmou que a parcela da semana passada era para ter sido repassada em fevereiro, mas com o atraso na aprovação do Orçamento pelo Congresso e por causa da falta de alguns documentos pedidos à ONG, atrasou.
Marinho afirmou que a Unitrabalho "é uma entidade séria" e disse que é "impossível" que o dinheiro que seria pago por petistas pelo dossiê seja parte dos R$ 3,4 milhões que a organização recebeu do Ministério do Trabalho na semana passada.
Segundo o ministro, os R$ 3,4 milhões foram liberados na quinta-feira passada e como o depósito demoraria 48 horas cair na conta da ONG, isso só ocorreria no dia 16, um sábado. Por isso, a entidade só o recebeu na segunda-feira. Portanto, pelo raciocínio de Marinho, na sexta-feira, quando as autoridades policiais apreenderam a quantia de R$ 1,75 milhão com o advogado Gedimar Passos e o empresário Valdebran Padilha, a ONG ainda não tinha recebido o dinheiro.
O ministro disse não acreditar que exista algum tipo de envolvimento da ONG com o caso do Dossiê. Afirmou que a entidade é formada por 93 universidades e tem convênio com o governo desde a época de Fernando Henrique Cardoso. "Estou testemunhando que a ONG é uma entidade séria e não acredito que eles tenham feito algo desse tipo. Tenho absoluta certeza de que através do Ministério do Trabalho não foi.
Por causa dos valores, oposicionistas anunciaram ontem no Congresso que pediriam abertura de uma CPI para investigar os repasses de recursos federais para ONGs de petistas.
