Marinho descarta interferência do governo no câmbio

Brasília – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, informou, nesta tarde, que está descartada qualquer possibilidade de interferência do governo no câmbio, como pedem as empresas exportadoras, que alegam que a desvalorização do dólar frente ao real prejudica as vendas dos produtos nacionais no mercado externo.

Segundo ele, o governo também não promoverá medidas de desoneração de impostos para compensar perdas nas exportações.

Marinho e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, receberam no fim do dia, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogélio Golfarb. "O setor automotivo tem sofrido muito com a questão da exportação. Há uma desaceleração das vendas, e isso é reflexo do câmbio. Por isso, precisamos de ações rápidas e que aumentem as vendas e segurem as nossas exportações", afirmou.

Segundo Golfarb, as exportações correspondem a 33% da produção nacional e, caso não haja uma definição, poderá haver demissões no setor.

A Volkswagen – que, segundo o ministro Marinho, não foi assunto na reunião – já anunciou que deverá demitir 5773 funcionários, sob a alegação de que o dólar desvalorizado prejudica as exportações.

Marinho disse que o governo reconhece que "há um problema" provocado pelo dólar mais fraco e, por isso, vai incrementar o crédito oferecido a todas as empresas exportadoras. "Ficamos de dialogar com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] o tamanho do apoio que já oferecemos para a política de exportações e aumentar esse apoio".

Atualmente, o BNDES financia até 30% do volume de exportação e, a idéia, de acordo com Marinho, é aumentar essa porção.

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