Brasília – O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que seria de R$ 1 bilhão para o governo o custo do pagamento antecipado de um salário mínimo de 350 reais a partir de março. Em reunião realizada hoje entre Marinho, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e dirigentes das centrais sindicais, as entidades aceitaram a idéia de um mínimo de 350 reais, desde que a vigência seja antecipada de maio para março. A administração federal havia proposto 340 reais a partir de maio.

continua após a publicidade

O ministro do Trabalho confirmou que levará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a contraproposta dos sindicalistas e disse que voltará a conversar com eles no dia 19 pela manhã. "O valor de 350 reais pago em maio é mais realista do ponto de vista do impacto orçamentário", afirmou. "Antecipá-lo em três meses fica um pouco mais pesado." Sobre a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), Marinho afirmou que não há ainda um porcentual fechado, apesar de os representantes das centrais terem dito, um pouco antes, que, no encontro, o Poder Executivo propôs, no máximo, 7% de correção. As centrais querem pelo menos 10%. "Queremos trabalhar os dois assuntos – mínimo e tabela do IRPF – em conjunto, e ainda é preciso fazer cálculos para ver como eles caberão no Orçamento de 2006", observou.

O relator do projeto de Orçamento da União para 2006, deputado Carlito Merss (PT-SC), que participou do fim da reunião disse que, pela primeira vez desde que se iniciou o processo de negociação, o encontro foi bom, uma vez que as entidades tornaram um pouco flexível a proposta. Merss não quis comentar o valor do custo da antecipação do mínimo de 350 reais para março, mas informou que essa importância, paga em maio, representará um custo de R$ 4,6 bilhões no ano, basicamente, para a Previdência Social. Já o custo da correção da tabela do IRPF em 7%, segundo ele, seria de R$ 900 milhões para o Executivo federal e de R$ 800 milhões aos governos de Estados e do Distrito Federal, em 12 meses.

continua após a publicidade