Maringá terá indústria de reciclagem de embalagens de agrotóxicos

Será inaugurada no próximo dia 11, em Maringá, a primeira empresa de reciclagem de embalagens de agrotóxicos do Paraná. Formada pela associação de um grupo de empresários locais e de São Paulo, a Cimflex, a empresa vai gerar 40 empregos diretos e processará 150 mil quilos/mês de embalagens procedentes de centrais de recolhimento do Estado e Sul do país.

A empresa terá capacidade para produzir 300 toneladas por mês de resina de polietileno de alta densidade. Ela é resultante do processo de moagem e lavagem do material recebido. O diretor da empresa, engenheiro Sidney Leal, explica que a lavagem – por ser feita em sistema de circuito fechado – não causa dano ao ambiente.

Lavagem

Os produtores rurais que fazem em suas propriedades a tríplice lavagem dos recipientes antes da devolução aos locais de revenda, conforme orientação da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, através do Departamento de Fiscalização (Defis) e da Emater.

Após o recolhimento, as embalagens passam por reciclagem ou incineração em fornos de cimento, caso haja contaminação. Atualmente, são produzidos, por meio do material destas embalagens, produtos como conduíte, cordas, embalagem para óleo lubrificante, madeira plástica, barricas de papelão e economizadores de concreto.

Por outro lado, numa iniciativa da Cocamar, já funciona há quase um ano em Maringá a Central de Embalagens de Agrotóxicos da cooperativa. Uma das maiores do país, ela processou em 2004 cerca de 1,5 milhão de unidades entregues em entrepostos da cooperativa, onde funcionam postos de recepção.

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, em apenas três meses deste ano, o volume de embalagens de agrotóxicos recolhido no Estado equivale ao total coletado por todos os países da América Latina em 12 meses: 1,13 mil toneladas de recipientes.

Isto significa 25,2% do total recolhido no Brasil. A quantidade impressiona porque uma tonelada significa 25 mil embalagens retiradas do meio ambiente. Se isto não fosse feito, as contaminações da terra, do lençol freático, de rios, pessoas e animais atingiriam níveis preocupantes.

Segundo o secretário Luiz Eduardo Cheida, o resultado comprova a eficácia do trabalho conjunto da cadeia agropecuária integrada por produtores, revendas e fabricantes. Mês passado, no Estado, foram entregues (nas unidades de recebimento) 591,7 toneladas de embalagens. Volume muito alto. Comparativo: a Austrália recolheu 500 toneladas em 2.004.

Em relação ao consumo de agrotóxicos, o governo do Estado trabalha em duas áreas distintas: a) orienta o produtor à utilização racional; b) depois do uso, intensifica a conscientização no campo sobre a indispensável tríplice lavagem e consequente entrega das embalagens nas centrais de recolhimento.

Na estimativa do coordenador do Programa de Recolhimento de Embalagens de Agrotóxicos da Secretaria de Meio Ambiente, Rui Muller, cerca de 4 mil pessoas – técnicos e agricultores – já foram treinadas, no Estado, para a devolução de embalagens.

Para Cheida, no Paraná, já existe uma clara conscientização coletiva ambiental no sentido de se evitar a reutilização dos recipientes por causa da presença de perigosos resíduos que contamimam toda espécie de vida, ameaçando ainda os recursos naturais.

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