Fuzileiros navais (marines) dos EUA acusados de disparar a esmo contra civis depois de um ataque suicida a bomba no Afeganistão, matando 10 civis, estão sob investigação e receberam ordem para deixar o país, informaram oficiais americanos. O major-general Francis H. Keraney III, chefe de Operações Especiais do Comando Central, ordenou a saída de toda a unidade envolvida, que conta com cerca de 120 marines.
No incidente, ocorrido em 4 de março na província de Nangahar, uma minivan cheia de explosivos se chocou contra um comboio de marines que, segundo oficiais americanos, também ficou sob fogo de pistoleiros. Pelo menos 10 afegãos foram mortos e 34 ficaram feridos durante a fuga do comboio. Afegãos feridos disseram que os americanos atiraram contra carros civis e pedestres enquanto abandonavam o local.
Segundo os militares americanos, militantes armados atiraram contra os fuzileiros e talvez tenham causado algumas das mortes dos civis. Depois do ocorrido, centenas de afegãos realizaram uma demonstração de repúdio aos Estados Unidos e o presidente Hamid Karzai condenou o incidente.
Enquanto isso no Afeganistão, familiares e amigos sepultaram hoje um menino de 12 anos morto por soldados britânicos que abriram fogo contra o carro que transportava sua família. O comando militar da Otan "lamentou profundamente" a morte do garoto e anunciou a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias do incidente ocorrido no fim da noite de ontem em Cabul. Soldados britânicos abriram fogo contra o carro aparentemente por considerarem que o motorista passou perto de um cordão de isolamento da Otan.