A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fez chegar à direção do PMDB a informação de que dificilmente o ex-deputado José Priante será nomeado presidente do Ibama. O cargo vinha sendo reivindicado pelos peemedebistas do Pará, dentro de um acordo fechado com o presidente Lula em outubro: o apoio de Priante à eleição da governadora Ana Júlia Carepa seria recompensado com um importante cargo no governo. O problema é que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vetou Priante e Lula prometeu-lhe autonomia para fazer as renovações que desejar.
Como a ministra não costuma criar caso por qualquer coisa, e assimila bem decisões do governo – como a autorização de plantio de sementes transgênicas -, o presidente considera que ela deve ter sossego para tocar o ministério. Além disso, ele já disse a interlocutores que não quer briga com Marina, que goza de grande prestígio internacional.
No momento, fala-se muito na hipótese de nomeação do delegado Paulo Lacerda, atual diretor da Polícia Federal, para presidir o Ibama, idéia que agrada a Marina. Outra saída pensada no Planalto, de manter Marcus Barros no cargo, não tem apoio da ministra, que sexta-feira anunciou a saída do auxiliar.
Enquanto a negociação no Ibama não avança, o PMDB acha possível definir a escolha do presidente de Furnas esta semana. O Conselho de Administração da estatal tem reunião marcada para amanhã. Como o presidente deve ser do conselho, um sinal de boa vontade do governo para com o maior parceiro na coalizão, e em especial o governador do Rio, Sérgio Cabral, seria nomear o ex-prefeito Luiz Paulo Conde para a presidência ou pelo menos para o conselho.
