O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou hoje a indicação da senadora Marina Silva (PT-AC), para ser ministra do Meio Ambiente. Lula já havia divulgado o nome da senadora no mesmo dia em que anunciou a escolha de Antônio Palocci Filho para o Ministério da Fazenda, durante viagem a Washington.

Única mulher no primeiro escalão do futuro governo – até agora – Marina foi recebida hoje por Lula com um afetuoso abraço, no início da coletiva em que anunciou mais três ministros. Marina avaliou que o presidente eleito tem demonstrado ser um “excelente manejador de competências”. Ela demonstrou certeza de que “Lula usará toda essa capacidade com relação à sociedade”.

Acostumada aos embates no plenário do Senado, Marina foi a que consumiu mais tempo para apresentar aos jornalistas as suas metas no ministério. Antes de citar os três eixos que nortearão a política ambiental do novo governo, Marina agradeceu a Deus pelas oportunidades e também a Lula, pela indicação. “Este é um grande desafio.”

O primeiro eixo prevê uma política ambiental que permeie todas as ações do governo. “Teremos de assumir a transversalidade necessária para que todos os setores do governo compreendam a necessidade do desenvolvimento sustentável”, advertiu. Sustentabilidade que, segundo ela, precisa ser econômica, social cultural, política e ética.

O segundo eixo é o desafio de criar uma política ambiental para um País “megadiverso, com as maiores floresta do planeta, biodiversidade e reserva de água doce”. Mas diz que o governo precisará do controle social. “Para fazer frente a este imenso patrimônio, precisamos de toda a sociedade.” Sem controle social não haverá uma política bem-sucedida, na opinião da senadora, que convidou a sociedade para uma “participação informada com condições de decidir, não apenas legitimar as ações do governo”.

O terceiro eixo é o do desenvolvimento sustentável. “Fico feliz porque as pastas de Agricultura, Desenvolvimento, Relações Exteriores tenham sido anunciadas juntas. Isso sinaliza a necessidade dessa política transversal.”

Transgênicos

Durante seu pronunciamento, Marina defendeu a adoção de uma política “cautelosa” em relação aos transgênicos que não paralise as pesquisas. “Precisamos que a política seja cautelosa, mas que isso não signifique a paralisação da pesquisa como na Embrapa, que é fundamental.”

A senadora frisou que todos os testes feitos, até agora, sobre os impactos de produtos transgênicos no meio ambiente foram realizados em áreas com biodiversidade bem mais pobre do que a brasileira. Por isso, ela vê necessidade de prosseguir com as pesquisas internas para se avaliar, com segurança, quais serão os impactos em um país com biodiversidade ampla como a do Brasil. Ela quer, também, pesquisas voltadas para os possíveis impactos desses produtos na saúde dos consumidores.

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