Rio (AE) – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva afirmou hoje (11) que o projeto para proteção do Pantanal assinado em 2001 com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de US$ 82,5 milhões, considerado um dos mais ambiciosos do País na área ambiental, "não era vantajoso do ponto-de-vista do interesse público, não estava atendendo às necessidades do País".
Marina ressalvou, porém, que o projeto não será cancelado. "Não é dinheiro de graça", disse ela, referindo-se ao fato de o empréstimo exigir uma contrapartida da União no mesmo valor.
De acordo com a ministra, o projeto original não levou em conta determinados aspectos e teve questionamentos ainda na gestão anterior, em relação ao processo licitatório.
"Do ponto-de-vista geral é um projeto bom, a idéia é boa, temos que ter um programa para o Pantanal, mas o arranjo proposto tinha uma série de dificuldades que estamos procurando reparar", disse ela. "Estamos distribuindo atividades de outros ministérios, como saneamento básico e a questão das estradas, que estavam concentradas somente no Ministério do Meio Ambiente."
Na quinta-feira, a Agência Estado mostrou que o projeto para o Pantanal ainda não saiu do papel. Os US$ 165 milhões deveriam ser gastos ao longo de quatro anos para descontaminar os rios, diminuir o assoreamento, proteger a vegetação, construir estradas, alavancar o ecoturismo e incentivar a economia da maior planície alagada do mundo. Após esse período, o contrato poderia ser renovado por outros quatro anos. Pelos planos iniciais, US$ 400 milhões teriam sido injetados até 2009.
A primeira fase do convênio terminou em setembro deste ano, sem que o projeto tivesse conseguido sair do papel. Dos US$ 165 milhões iniciais, foram gastos apenas US$ 4,6 milhões, basicamente em juros e taxas do empréstimo e em inúmeras consultorias. "Para internalizar os recursos, o governo federal pagava um taxa muito maior do que o que estava sendo disponibilizado para os investimentos", questionou Marina.
A ministra participou, no Rio, da posse do novo gerente-executivo do Ibama no Rio, o ambientalista Rogério Rocco um dos fundadores da organização não-governamental Os Verdes.
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