O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia (PTB), afirmou ontem que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso errou ao apontá-lo com um dos responsáveis pelas finanças da campanha, em 1998, à reeleição ao governo de Minas Gerais do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB). Em carta aberta divulgada anteontem pelo PSDB, Fernando Henrique disse que o partido errou ao "tapar o sol com a peneira" em relação às acusações de corrupção que envolveram Azeredo e que "entre os responsáveis pelas finanças de campanha do então governador estava seu vice, hoje ministro do presidente Lula".

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Mares Guia foi vice-governador de Azeredo e coordenador da campanha do tucano em 1994. Em 1998, o petebista foi candidato a deputado federal. O empresário Clésio Andrade, que atualmente é vice do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, foi o candidato em 1998, a vice-governador na chapa de Azeredo, que acabou derrotado por Itamar Franco na disputa pelo governo mineiro. "O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso errou em quatro anos", afirmou ontem o ministro, através de sua assessoria de imprensa. Mares Guia estava em sua fazenda no interior de Minas Gerais.

Em 1998, os coordenadores da campanha à reeleição de Azeredo foram Cláudio Mourão e Carlos Eloy. Mas apesar de não coordenar a campanha de Azeredo, o nome de Mares Guia surgiu no escândalo do mensalão, em março deste ano, sob a acusação de que teria depositado na conta do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza R$ 507.134,00 para pagar dívidas da campanha à reeleição de Azeredo, em 1998.

Na época, em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, Mares Guia admitiu que "contraiu em setembro de 2002 um empréstimo a pedido do senador Eduardo Azeredo, que havia sido candidato à reeleição para o governo de Minas Gerais em 1998". O ministro observou que "os recursos serviram para que o senador pudesse quitar um acordo realizado em virtude de uma nota promissória cobrada pelo ex-coordenador de sua campanha, Cláudio Mourão". Na ocasião, o petebista reafirmou que "não mantém e nem manteve relacionamento comercial ou político com o senhor Marcos Valério".

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