O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse hoje que foi vítima de um "jogo político" em que seu nome foi usado "de forma sórdida por grupos que disputavam o poder nesse País". A declaração foi feita ao juiz da 4ª Vara Criminal, Walter Luiz de Melo, durante depoimento no Fórum Lafayette, em processo por crime de emissão de notas fiscais falsas. Ao negar qualquer participação nos fatos que motivaram o processo, Valério disse que a imprensa divulgou "inverdades" e que chegou a hora de se provar "uma série de coisas" ao seu respeito.
Conforme o Tribunal de Justiça de Minas (TJ-MG), de acordo com os autos, Valério e outras sete pessoas são acusadas de participação na emissão de notas falsas entre 29 de agosto de 2001 e 21 de novembro de 2003. Os documentos simulavam prestações de serviços da empresa Wlhad Prestação de Serviços Ltda. à agência SMPB Comunicação. Segundo a Promotoria de Justiça, a Wlhad recebia entre 3% e 4% sobre o valor da nota legal emitida. Valério foi acusado de falsidade ideológica.
No último dia 06, quatro acusados, entre eles os sócios na SMPB, Cristiano de Mello Paz e Ramon Hollerbach Cardoso, e a ex-diretora financeira da agência, Simone Reis Lobo de Vasconcelos aceitaram a suspensão condicional por dois anos do processo proposta pelo Ministério.
Público. No seu depoimento, Valério afirmou que não aceitaria suspensão do processo. Disse que exercia atividade "comercial" na SMPB, viajando de segunda a sexta-feira. Segundo ele, pelo dia-a-dia da empresa, os sócios Ramon e Cristiano Paz eram os responsáveis e tinham total autonomia. O empresário afirmou que Simone Vasconcelos tinha procuração para assinar os cheques juntamente com um dos sócios. Ele disse também que não conhecia a empresa Wlhad. Outro convocado ontem para depor no processo, o publicitário Rodrigo de Souza Simões não compareceu ao Fórum Lafayette nem justificou sua ausência.
