O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse, nesta quarta-feira, em entrevista à Rádio Eldorado, que não se considera corrupto.

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Apesar das acusações de ser o principal operador do suposto esquema de pagamento, pelo PT, de um "mensalão" a parlamentares da base aliada para assegurar o apoio aos projetos do governo no Congresso, além do envolvimento na formação de um caixa dois do partido, Valério classificou-se como "um executivo que tomou uma atitude errada".

"Eu não sou corrupto. Não me considero corrupto. Considero-me um empresário que, num dado momento de sua vida, fez um julgamento errado, que foi tomar um empréstimo na iniciativa privada e repassar ao Partido dos Trabalhadores ou a quem ele determinou", afirmou, ressaltando que não decidia para quem era feito os pagamentos vindos dos empréstimos.

Sobre o que responderia para os filhos, se fosse perguntado sobre o significado da palavra "valerioduto", ele disse que explicaria que o termo é um "jargão da imprensa para defender um partido político chamado PT" e que o nome correto deveria ser "PTduto".

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"A imprensa, com medo de dar o nome e comprometida, devidamente, com todos os recursos desse partido (PT) e do governo que ele representa, resolveu, simplesmente, execrar em público o empresário. É mais fácil execrar o empresário do que um governo ou um partido", acusou.

Valério também reclamou de um suposto bairrismo nas denúncias que o atingiram e nas contas de publicidade do governo segundo ele, dominadas por companhias paulistas.

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"É muito fácil detonar um empresário, até porque ele é mineiro, ele não é paulista, não é? As empresas que dominam a propaganda no governo federal são paulistas. É muito mais fácil execrar um mineiro, uma empresa mineira, do que os paulistas", argumentou Valério, que teve contrato de publicidade com o Banco do Brasil (BB), entre outras empresas estatais.

O empresário lamentou que, depois de todas as acusações contra ele, não tem "a menor perspectiva" para a vida profissional. "Até porque eu sou um homem que eles decidiram marcar a ferro", afirmou. "Daqui a dez anos, daqui a 20 anos, a história voltará sempre em cima de mim", disse.