Marcos Valério diz que ex-secretária demitida tentou chantageá-lo

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse há pouco, na CPI dos Correios, ter demitido sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio porque ele viajava muito e ele não tinha necessidade de ter uma secretária apenas para comprar passagens e reservar hotéis. "Não tinha nada contra Karina", assegurou.

O empresário relatou aos membros da CPI que, após ser demitida, Karina ligou "várias vezes" para ele, solicitando ajuda financeira e, como um tempo depois não atendia mais seus telefonemas, ela passou a deixar recados em suas empresas e a enviar e-mails. Em pelo menos três desses e-mails, que seriam de Karina e foram lidos por ele na CPI, ela usava linguagem íntima com o empresário e manifestava o desejo de conversar com ele sobre "assuntos importantes".

Marcos Valério disse ainda que, em meados de 2004, o jornalista Gilberto Mansur entrou em contato com ele porque Karina teria oferecido e realizado uma entrevista à revista "Isto É". Ao tomar conhecimento da entrevista, Valério pediu a Mansur que agendasse um encontro com a direção da revista, do que resultou uma reunião dele com Mansur e com Domingos Alzugaray, proprietário da revista. Nessa reunião, segundo o empresário, ele tomou conhecimento da íntegra da entrevista e disse que a entrevista era ment irosa.

Marcos Valério não explicou, entretanto, se o jornalista Gilberto Mansur seria a mesma pessoa que realizou um saque de R$ 300 mil nas suas contas, em 24 de março de 2004. A afirmação foi feita em resposta a questionamentos feitos pela senadora Heloísa He lena (PSOL-AL) e pelo deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), se esse Gilberto Mansur era a mesma pessoa que havia sacado essa quantia de sua conta na data mencionada, conforme dados fornecidos à CPI pela Comissão de Controle das Atividades Financeiras (Coaf).

Marcos Valério disse ainda que, dias depois, após apresentar sua defesa à revista, ouviu de Domingos Alzugaray: "Estou convencido de que o que ela disse na entrevista é mentira".

Valério relatou que, após o episódio da entrevista de Karina, decidiu, junto com seus advogados, prestar queixa na Polícia Civil contra a ex-secretária por crime de extorsão e chantagem, num processo que foi acatado pelo Ministério Público, segundo ele.

"Depois, ela negou o que havia dito (na entrevista), na delegacia e para o juiz da 6ª Vara de Belo Horizonte", afirmou.

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