Apesar de um acordo prévio com seus advogados de colaboração, o publicitário Marcos Valério de Souza se negou nesta quarta-feira (31), no depoimento de cerca de duas horas, a responder aos questionamentos da Polícia Federal no inquérito que investiga o chamado valerioduto mineiro. O valerioduto consistia no suposto esquema de distribuição de recursos a partir de empresas de Valério para financiar a campanha de políticos ligados ao PSDB de Minas em 1998, entre eles a do ex-presidente do partido, senador Eduardo Azeredo.

continua após a publicidade

Até sexta-feira passada, a Polícia Federal tinha informações de que Marcos Valério colaboraria no inquérito de forma a receber os benefícios do sistema de delação premiada. De lá para cá, segundo uma fonte, Valério mudou sua atitude. Há a possibilidade de Marcos Valério ser indiciado neste inquérito pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro (transformar em ativos com origem aparentemente legal dinheiro ganho ilegalmente, fruto, por exemplo, de corrupção e tráfico).

A expectativa inicial era de que a Polícia Federal encaminhasse ainda hoje ao Supremo Tribunal Federal as conclusões do inquérito. Entretanto, disse uma fonte, o documento não ficou pronto. A equipe envolvida na investigação espera concluir o material até sexta-feira.

continua após a publicidade