O tenente-coronel da reserva Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, pretende se tornar em breve consultor Agência Espacial Brasileira. De acordo com ele, o contrato não foi firmado ainda por não haver previsão no orçamento deste ano. Mas a expectativa dele é de que o acerto se concretize no próximo ano. Por enquanto, o astronauta diz trabalhar de forma "voluntária".
Além da AEB, Pontes negocia contratos de consultoria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculado ao Ministério da Defesa. "Por enquanto, vou vivendo dos vencimentos da Aeronáutica", contou. "Mas ficaria muito feliz em poder colaborar mais com o programa. Ficar parado é desperdício", completou. Depois de participar de um evento na AEB em homenagem a pessoas que contribuíram com a Missão Espacial, o astronauta chegou a sugerir também sua participação em atividades na área de educação. "Preciso pôr a mão na massa", disse.
Pontes pediu para entrar na reserva em maio, menos de um mês depois de voltar da Estação Espacial Internacional. Pontes quer auxiliar sobretudo na renegociação da AEB com a Nasa sobre o acordo da participação brasileira no projeto da Estação Espacial Internacional (ISS). Embora não tenha nenhuma ligação formal com a AEB e, portanto, não tenha legitimidade para negociar, Pontes tem conversado com integrantes do programa norte-americano.
A renegociação dos termos do acordo é fruto do reconhecimento do Brasil em não poder cumprir o compromisso de colaborar com US$ 120 milhões, como havia sido previsto no acordo inicial, formalizado em 1997. "Não temos condições de pagar os US$ 120 milhões previamente estipulados. Nossa participação pode ser, no máximo, de US$ 6 milhões", afirmou o presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi.
