Marcos Camacho, o Marcola, apontado como o líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), disse que a onda de ataques e rebeliões só terminará quando o governo do Estado cumprir integralmente a Lei de Execução Penal. A afirmação foi feita aos deputados da CPI do Tráfico de Armas no dia 8 de junho, durante interrogatório do preso no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes

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Questionado pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE) sobre sua ida ao Departamento de investigações sobre o Crime Organizado (Deic) no mesmo dia em que teve início a primeira onda de atentados, Marcola respondeu: "Eu falei para ele (Godofredo Bittencourt, diretor do Deic): ‘Não fui eu que dei início nisso, mas, se derem as condições dignas para os presos que estão lá (na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau), se cumprir a Lei 7.210 só se cumprir a lei, não há por que ter os atentados’"

Apesar de negar a todo instante ter sido o mandante dos ataques, o preso se queixou da forma como a liderança do PCC – inclusive ele – foi transferida, no dia 11 de maio, para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. "Nós fomos tirados 6 horas da manhã das nossas penitenciárias, que a gente estava em regime normal (…) fizemos uma viagem dolorosa de 7, 8 horas; chegamos todos mortos de cansado, com fome, com frio, com todas as necessidade básicas de higiene também, e permanecemos por mais 7 horas dentro desses caminhões, respirando gás carbônico.

Para Marcola, o isolamento foi uma provocação do então secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa. Alguns dias depois, ao ser procurado no CRP de Presidente Bernardes por emissários do governo paulista, o preso voltou a pedir que os detentos fossem tratados com dignidade. E se propôs a acompanhar a comitiva até a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau – de onde, segundo Marcola, partiam as ordens – para pedir o cessar-fogo.

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