O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da Câmara dos Deputados, natural do Estado de Alagoas, além de carregar no sangue a mística esculpida pelo imortal Euclides da Cunha – ?o sertanejo é antes de tudo um forte? – é também um homem profundamente marcado pela virtude do otimismo.

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Em meio a corredores, gabinetes, salas de comissões e plenários onde eram raros os parlamentares presentes, o presidente da Casa assegurou que nem a realização de eleições gerais em outubro será pretexto para retardar a investigação dos processos dos componentes da máfia dos sanguessugas, capítulo em voga na novela da corrupção.

Aldo revelou, ainda, ter discutido com os membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar as linhas de atuação do colegiado após o encerramento dos trabalhos da CPMI dos Sanguessugas. Os comentários do presidente foram feitos num momento em que apenas 16% dos 594 congressistas – balanço feito até dia 20 – haviam comparecido e assinado as listas de presença da Câmara e Senado.

Como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não foi votada até 30 de junho, segundo prescreve a Constituição, embora Aldo não tenha explicado as razões, o Congresso não pode decretar o recesso branco e, por isso, mantém uma agenda de sessões não-deliberativas nas quais os deputados faltosos sequer são punidos com o desconto no vencimento. Como existe acordo tácito para o esforço concentrado nos dias 1 a 3 de agosto e 4 a 6 de setembro, os parlamentares ficam livres para se ausentar.

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Sintomaticamente, dentre menos de cem parlamentares que estiveram em Brasília nos últimos dias, a maioria consta da relação dos virtuais sanguessugas liberada pela CPMI e compareceu movida pelo instinto de sobrevivência. Não há provas contra nenhum deles, pois todas as acusações devem ser confirmadas por documentos, mas já há dirigentes partidários falando em expulsar filiados.

Na inauguração do novo prédio da OAB em Curitiba, Roberto Busato, presidente nacional da entidade, comentou que o atual Congresso foi transformado numa delegacia de polícia. Nada mais veraz.

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