Maradona nega favoritismo da Argentina

Javier Soriano/AFP

A Argentina não é favorita a vencer a Copa do Mundo, afirmou nesta sexta-feira seu treinador, Diego Maradona, antes da partida de sábado contra a Alemanha, na Cidade do Cabo, pelas quartas de final da competição.

“Não é candidata (Argentina), não é favorita (…). Direi aos meus jogadores antes da partida o de sempre, que deem a vida em campo, que atrás deles há um país que não comemora (um título) há muito tempo”, revelou Maradona em uma coletiva de imprensa no estádio Green Point.

Maradona, que começou a entrevista com uma alfinetada no Brasil, ao brincar com o fotógrafos que “estamos todos de Holanda hoje”, devido à cor laranja de seus coletes, negou-se a falar da derrota dos brasileiros para os holandeses nas quartas de final (2-1).

A eliminação do Brasil “é um problema deles, eu tenho outro ‘negócio’, tenho outras coisas na cabeça. Teremos uma partida com a Alemanha e é o que mais nos importa, e não quem ganha ou quem perde na Copa”.

A Argentina jogará no sábado contra o adversário que a eliminou nas quartas de final da Copa da Alemanha-2006, na decisão por pênaltis (4-2), após empate em Berlim por 1 a 1.

Maradona brincou com o mestre de cerimônias da Fifa, que encostou nele ao passar o microfone: “Não me toques, irmão… veja que há oito dias que estou concentrado e não vejo uma mulher… Me tocou de novo.” – disse, despertando uma gargalhada entre os jornalistas de língua espanhola, já que a brincadeira não foi entendida em outros idiomas.

Perguntado sobre como vive a Copa como treinador, comparado a quando vivia como jogador, disse que “em todas as partidas não havia adversários fáceis nem invencíveis (…) Por isso estou muito tranquilo com meus jogadores”.

“E não temos razão para falar como eles fizeram (os alemães). Nos dedicamos à nossa equipe, pura e exclusivamente à nossa equipe”, disse, referindo-se às declarações de jogadores alemães sobre como os argentinos são provocadores, ou que influenciam o árbitro ou ainda que não sabem perder.

Sobre uma hipotética mudança de tática contra a Alemanha, revelou que “seguiremos jogando da mesma maneira. Se mantivermos a posse da bola, eles podem correr sem tocar a bola”.

“Mostramos uma equipe ofensiva e com equilíbrio do meio campo para trás, não vou mudar nem improvisar neste momento”.

“Com todo respeito, não tenho medo de ninguém. Tenho jogadores dos quais estou orgulhoso (…). Não vou mudar absolutamente nada”.

Sobre a saúde de Messi, resfriado, disse que “se levantou (na quinta-feira) um pouco mal. Sentia-se mal, com febre, ele me confirmou. Mas o mandei para dentro, fazia muito frio (…) o resguardei para que chegue bem”.