Máquinas em profusão

O segmento da indústria brasileira de bens de capital ingressou em 2008 com o pé direito. As vendas relativas ao mês de janeiro somaram R$ 5,16 bilhões, com o aumento de 38,8% do faturamento mensal em comparação com igual período do ano anterior. Nem o real valorizado, o volume alto de impostos incidente sobre a produção de máquinas ou a concorrência direta da China, foram empecilhos diante do excelente desempenho do setor.

O consumo aparente que é o resultado do desconto das vendas para o exterior e a inclusão das importações, também cresceu 46% sobre janeiro de 2007, contabilizando o volume financeiro de R$ 6,72 bilhões.

De acordo com apontamentos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), no ano passado, a participação das máquinas produzidas no País no consumo interno chegou a 58%. As importações somaram US$ 15,4 bilhões e as vendas externas bateram em US$ 10,6 bilhões.

A situação é considerada satisfatória pelos dirigentes do setor que, no entanto, continuam pleiteando a isonomia tributária.

O faturamento setorial está crescendo em volume, revela um estudo da Abimaq, mas a lucratividade tem piorado nos últimos exercícios. Diante dessa realidade, os produtores de máquinas e equipamentos afirmam que os incentivos mais aguardados pelo setor dizem respeito aos prazos de financiamento (atualmente de cinco anos) e a desoneração da carga tributária.

A América Latina e a China continuam sendo os alvos preferenciais da indústria brasileira de máquinas e equipamentos pesados, pois importam algo em torno de US$ 20 bilhões e US$ 26 bilhões, respectivamente. Mercados que oferecem além do potencial elevado, a garantia de que continuarão receptivos à nossa produção por muitos anos.

Nesse sentido, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) realizou uma averiguação dos dados referentes às importações de fevereiro, concluindo que o consumo aparente continuará em alta.

O vilão dessa história, entretanto, é o patamar atual do câmbio, que poderá contribuir para a restrição da demanda do mercado interno. No restante, as expectativas são as melhores possíveis. 

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