Uma máquina para a extração da castanha de caju, com capacidade de abrir até 200 unidades por minuto, é uma das tecnologias de ponta que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lança oficialmente amanhã (26), em comemoração a seu 32º aniversário de criação. O produto foi desenvolvido a pedido do Sindicato das Indústrias de Caju (Sindicaju), com sede no Ceará, e deverá beneficiar cerca de 20 mil trabalhadores diretos nas fábricas e 200 mil produtores de caju que trabalham no campo.
Para produzir a máquina, a Embrapa Instrumentação Agropecuária, que tem sede em São Carlos (SP), utilizou um tomógrafo de ressonância magnética, similar ao utilizado em medicina, para descobrir o ponto certo de corte da castanha. A nova tecnologia permite o rendimento de amêndoas inteiras de 10% a 20% acima dos valores obtidos atualmente pela indústria e tem a vantagem de abrir a castanha com uma única passagem pela máquina.
O sistema mecanizado atualmente em operação pelas indústrias utiliza uma máquina que promove um impacto aleatório na casca da castanha, que necessita de nove a 12 impactos para ser aberta. O nível tecnológico desses equipamentos resulta em perdas quantitativas elevadas, com índice de amêndoas quebradas que varia entre 40% e 50%, conforme dados do Sindicaju.
De acordo com o chefe da Embrapa Agroindústria Tropical, que tem sede em Fortaleza, Lucas Leite, a nova tecnologia poderá aumentar a competitividade das indústrias brasileiras e o número de empregos no setor. "Ao contrário de outras tecnologias, essa máquina vai promover inclusive maior número de empregos, uma vez que, aumentando o número de castanhas inteiras, vai ser necessário aumentar a mão-de-obra para as atividades de classificação e raspagem", afirmou. O equipamento está sendo finalizado pela unidade de pesquisa e, de acordo com estimativas da Embrapa, deverá custar em torno de R$ 5 mil.