O Ministério do Trabalho conclui até dezembro o mapeamento da economia solidária no país. Dos 20 mil novos empreendimentos cadastrados até agora, cerca de 40% estão no setor agro-extrativista, conforme explicou o representante da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Fernando Kleymann.
Segundo ele, são 2 milhões de trabalhadores que se organizam pela auto-gestão, o que para o governo é uma surpresa e supera a expectativa inicial. Kleymann disse que, ao traçar um mapa dessa nova modalidade de produção, passa-se a ter um instrumento para que o próprio movimento tenha identidade, a sociedade civil conheça melhor o setor e o poder público formule políticas bem definidas para o setor.
Nesta semana, ao participar do seminário A Economia Solidária e o Desenvolvimento Local, promovido em Curitiba pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Fernando Kleymann disse que ainda não é o momento de fazer a certificação da economia solidária. "Não é bom, ainda, definir quem é quem dentro do movimento. O momento é de criar núcleos, fazer levantamentos como esses que o governo federal vem fazendo", afirmou.
Kleymann revelou que há muitos projetos surgindo nas mais diversas áreas, inclusive provenientes de setores de onde não se esperava, como saúde mental, quilombolas. "A demanda atual, pelo que já foi levantado, é de aproximadamente R$ 70 milhões e trabalhamos com um orçamento este ano de R$ 12 milhões", disse. Segundo ele, é importante saber que existe essa demanda, que o programa vai além da inclusão social e que pode contribuir para o desenvolvimento do país.
O programa Economia Solidária estimula a organização de trabalhadores em cooperativas e associações nas quais eles próprios são responsáveis pelo gerenciamento e administração da empresa e tem três fases: pré-incubação, incubação e desincubação. Nesses estágios, a futura empresa recebe orientações e cursos de gerenciamento da cooperativa e valores como democracia interna e solidariedade.
