O governo mais uma vez viu-se compelido a abrir as burras para ajudar a combalida agropecuária. Nada menos de R$ 16,868 bilhões darão sustança ao pacote anunciado pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, incluindo a liberação de novos recursos, prorrogação de dívidas e recursos alocados por instituições bancárias.
O pacote é destinado, em princípio, a apoiar a comercialização da safra e prorrogar as dívidas dos produtores rurais. A comercialização terá o reforço de R$ 1 bilhão, além dos R$ 650 milhões previstos no Orçamento, dentro do escopo da Política de Garantia de Preços Mínimos.
Com os bancos públicos e privados, o governo negociou uma linha de crédito no valor de R$ 5,7 bilhões a juros anuais de 8,75%, para permitir aos agricultores vender a produção no momento mais apropriado.
O volume de crédito poderá ser ampliado se o Conselho Monetário Nacional (CMN) concordar com a desvinculação do limite de financiamento de comercialização do limite de crédito de custeio. Pleito nesse sentido já foi encaminhado ao CMN pelo Ministério da Agricultura.
O ministro Roberto Rodrigues adverte também para a necessidade de elevação do limite de crédito de comercialização para os produtores de algodão, arroz, milho, soja, sorgo e trigo, que, além de utilizar o crédito atual para custeio e comercialização (R$ 400 mil), poderiam buscar mais recursos para comercializar a produção.
Esse pacote veio para amenizar os prejuízos financeiros sofridos pela agropecuária em função da estiagem do ano passado, permitindo a prorrogação das parcelas dos projetos de investimentos vencidas e a vencer em 2006, para 12 meses após a última parcela do contrato. Uma oportuna mão na roda.