O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que deve se reunir na próxima semana com a direção da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para discutir como o governo e a entidade podem trabalhar juntos para promover a redução dos spreads bancários (diferença entre o que o banco cobra de juros em um empréstimo e o que ele paga ao captar os recursos no mercado). Segundo ele, a Febraban está receptiva para tratar do assunto e acredita que a diminuição de tais taxas é essencial para que o Brasil fique nos mesmos patamares financeiros que os dos principais países emergentes.
Mantega disse que a Febraban sinalizou interesse na redução de impostos e dos depósitos compulsórios. Porém, o ministro contrapôs que os bancos também podem reduzir as margens de lucro. "Cada um tem que fazer a sua parte. Temos que olhar o que cada um pode fazer, pois há a necessidade de baixar os spreads. Vamos trabalhar junto com a Febraban para atender esse objetivo" considerou.
O ministro destacou também que uma das medidas que o governo pode adotar para colaborar na redução dos spreads é agilizar a aprovação no Congresso do cadastro positivo. "Seria interessante mudar a linha de corte das contas fiscalizadas pelo Banco Central para pegar contas de menor valor, de modo que as instituições financeiras saibam com quem estão lidando", falou. "Muitas vezes, os bancos colocam spread maior por insegurança, pois não sabem se o cliente é sério e chutam um spread maior", disse o ministro.
Com o cadastro positivo, segundo Mantega, os bancos terão melhores condições para conhecer seus clientes e, portanto, reduzir as taxas de juros para financiamentos.