O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu há pouco as críticas de que a crise do setor agropecuário foi causada pela política macroeconômica do governo federal. Mantega lembrou que a política é a mesma desde o início do governo e que, em 2003 e 2004, o setor teve desempenho favorável. O ministro atribuiu a atual crise a fatores como secas, pragas e febre aftosa.
Vários parlamentares que participam de audiência pública sobre o tema questionaram o ministro sobre a valorização do real, que gera prejuízo às exportações agrícolas. O ministro respondeu que a valorização do câmbio não foi intencional, mas resultado de uma política de incentivo às exportações, que permitiu ao País manter reservas sólidas de dólar.
Mantega lembrou que o Banco Central tem feito intervenções no mercado, comprando dólares para diminuir a oferta da moeda e evitar uma valorização maior.
Desoneração do diesel
O ministro rejeitou a proposta dos agricultores para reduzir a Cide incidente sobre o óleo diesel destinado ao setor. Guido Mantega disse que não é possível desonerar o diesel apenas para o setor agrícola e, caso a desoneração ocorresse para todos os setores da economia, geraria um impacto nas contas públicas que o País não teria condições de suportar.
Mantega informou que vai avaliar outras sugestões apresentadas pelos representantes do setor com mais profundidade na comissão que vai ser instalada em conjunto com o Ministério da Agricultura.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, deixou há pouco a audiência porque vai a Minas Gerais se reunir com o governador Aécio Neves.
