A melhora do setor industrial no primeiro semestre de 2005 foi incentivada pela maior oferta de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A relação foi feita pelo presidente do BNDES, Guido Mantega, que lembrou o crescimento dos empréstimos do banco para o setor industrial. Subiu 38% de janeiro a julho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detectou um crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano, em relação aos primeiros três meses de 2005. O principal destaque foi a indústria, que cresceu 3% entre abril e junho, na comparação com janeiro a março.
Mantega fez o comentário após a abertura do Fórum Nacional, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), com tema da Reforma das Instituições do Estado Brasileiro. Mantega acredita que o empresário está mais confiante no país, na solidez das instituições e na economia. "Discordo que o empresário está mais cauteloso", afirmou.
Guido Mantega lembrou que, da mesma forma que houve aumento de crédito na economia, o mesmo aconteceu no BNDES. Segundo ele, o Banco está liberando mais recursos, que estão voltados para a compra de bens de capital, máquinas e equipamentos.
"O empresário brasileiro hoje está comprando mais máquinas e equipamentos do que no passado. Ele está renovando a sua capacidade produtiva. Substitui a máquina antiga por uma mais moderna, que produz o dobro, o triplo, que barateia o custo da produção dele", constatou.
Para ele, os empresários consideram a crise política atual "passageira e que será superada". Mantega acrescentou que, pelas condições apresentadas, como o crescimento do PIB, aumento do investimento, queda da inflação, somada à perspectiva de redução dos juros e melhoria do câmbio, o segundo semestre deste ano terá condições mais favoráveis.
"O segundo semestre será melhor que o primeiro e passaremos para 2006 com economia em plena efervescência, tendo crescimento em torno de 5%", disse. A expectativa, de acordo com ele, é que o PIB deste ano fique entre 3,5% e 4%.