Ao comentar resultado da sondagem realizada nesta terça-feira (26) durante almoço do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), que mostrou que 95% dos empresários presentes votarão no candidato Geraldo Alckmin (PSDB), e 57% deles acreditam que o tucano será eleito, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o resultado é uma contradição. Convidado de honra do almoço, Mantega disse que esses mesmos empresários nunca estiveram tão bem como hoje, nunca tiveram tantos lucros e tanto progresso, junto com as demais áreas da população.
"Acho curioso, porque ainda assim eles preferem o Alckmin. Talvez ele seja de fato o candidato dessa pequena elite, dessa classe bem restrita da pirâmide social. Deve ser isso", afirmou o ministro, que durante a sessão de perguntas e respostas foi praticamente bombardeado por questões sobre a compra do suposto dossiê por petistas, e a eventual falta de governabilidade num segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na avaliação de Mantega, as respostas dos empresários mostram de fato uma situação contraditória, já que, segundo o ministro, o governo do PSDB registrou baixo crescimento econômico, aumento de impostos, abertura da economia de forma desequilibrada, além de praticar câmbio fixo e desativar vários setores industriais. "Acho curiosas essas respostas, até porque a mesma sondagem mostra que eles reconhecem que a economia está melhor", finalizou Mantega.
O índice Lide-FGV de clima empresarial mostrou que para 57% dos entrevistados (presentes no almoço de hoje), a situação dos negócios está melhor hoje do que há um ano, 46% pretendem elevar os empregos e 45% prevêem manter o atual nível.