O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avisou que o governo vai elevar a alíquota do Imposto de Importação, se detectar abusos nas compras externas. "Se o governo detectar abusos de competição, como detectamos no setor têxtil e de calçados, tomaremos medidas, como elevar as tarifas de importação", disse o ministro.
Segundo ele, os setores de mão-de-obra intensiva, que sofrem uma competição mais forte com as importações mais baratas, têm que compensar essa perda vendendo mais para o mercado interno e "com outras medidas que o governo está tomando".
"Em compensação, está tendo um grande aumento da demanda doméstica. Uma parte será preenchida pelas importações. Isso é normal, o Brasil é aberto às importações", disse Mantega. Acrescentou que importações mais baratas ajudam a manter baixa a inflação.
Além disso, destacou, as empresas que estão exportando menos vendem agora mais para o mercado doméstico. "A indústria automobilística, que é prejudicada com real valorizado, está vendendo mais para o mercado interno. O setor de commodities continua indo bem, mesmo com o dólar em torno de R$ 2, porque eles têm margem", afirmou o ministro da Fazenda.
Câmbio
O ministro advertiu que o Banco Central (BC) vai coibir abusos que ocorram no mercado de câmbio: "Continuaremos a coibir abusos que possam ser cometidos no mercado cambial", disse. Ele acrescentou: "Sempre que.
o Banco Central entender que está havendo alguma distorção e abuso, ele vai intervir com os instrumentos que possui e que já são conhecidos, que é o swap reverso. E vai continuar adquirindo reservas à medida que considerar importante para o País.
Na sua avaliação, a melhora da percepção de risco do Brasil se deve à acumulação das reservas. "Se nós estamos sendo agraciados com uma avaliação melhor, é porque acumulamos reservas. A acumulação de reservas torna o País mais sólido", disse o ministro.
Ele disse ainda que o Brasil está perfeitamente acomodado à taxa de câmbio valorizada. "É uma nova realidade que se impõe ao País. Faz parte da nova globalização", afirmou. Segundo o ministro, o Brasil vive hoje uma nova globalização. "Significa uma tendência de valorização das moedas emergentes que têm um balanço robusto de pagamentos", disse.
Na avaliação de Mantega, o câmbio valorizado não está prejudicando o crescimento do País. "A produção agrícola e a produção industrial não estão sendo prejudicadas. O País está crescendo, mesmo o setor manufatureiro está reagindo bem." Mantega disse que o Brasil caminha para uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% em 2007.