Em seu primeiro ato público no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega assinou hoje com a Petrobras contrato de financiamento de US$ 378 milhões para a construção da plataforma de exploração marítima de petróleo P-52. O empreendimento, com investimento total de US$ 895 milhões, deverá gerar 5 mil empregos diretos e outros 20 mil indiretos.

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"Nas próximas semanas eu espero assinar novos contratos. Vou me acostumar mal, porque cheguei aqui na primeira semana e já estou assinando um contrato de US$ 378 milhões. Daqui para frente é só mais do que isso, viu Gabrielli (Sérgio Gabrielli, diretor financeiro da Petrobrás que representou a empresa)? Prepara lá os contratos de US$ 500 milhões, US$ 800 milhões, US$ 1 bilhão que a gente acostumou com isso", brincou Mantega.

O ex-ministro do Planejamento comemorou o índice de nacionalização da P-52, estabelecido em 60%, lembrando que essa foi uma das principais bandeiras na campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A economia brasileira hoje já está entrando na rota do crescimento. Este ano vamos ter crescimento de mais de 4%. E temos de criar as condições para que no próximo ano também tenhamos crescimento sustentado, de mais de 4%. E o importante de tudo isso é a geração de empregos" disse Mantega, reafirmando seu discurso na época em que foi ministro.

Mantega evitou falar com os jornalistas após a assinatura do contrato.

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Continuam em suspenso as mudanças na diretoria do banco. Apenas dois nomes já foram confirmados, ambos vindos do Ministério do Planejamento: Antônio Barros de Castro, assessor especial, e Demian Fiocca, chefe da assessoria econômica. Da gestão Carlos Lessa, Maurício Borges Lemos, diretor de operações indiretas, e Roberto Timotheo da Costa, da área de crédito, são cotados para continuar na instituição.

Presente ao evento de hoje, Gabrielli, da Petrobras, disse que há mais projetos de investimentos da estatal "na gaveta" e que é possível que alguns ainda saiam do papel até o fim deste ano. O importante, ressaltou, é o programa que a empresa está desenvolvendo junto aos seus fornecedores para aumentar a capacidade de fornecimento de equipamentos para exploração de petróleo em águas profundas.

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"Com esse programa nós pretendemos aumentar enormemente a nossa produção. Nós estamos hoje produzindo em torno de 2 milhões de barris de petróleo e gás por dia. Passaremos a produzir 3,4 milhões de barris por dia em 2010", disse Gabrielli. O executivo lembrou do investimento de US$ 53,6 bilhões que serão desembolsados até 2010, além dos 15 novos sistemas de produção de petróleo que serão desenvolvidos até 2008.

O diretor de comércio exterior do BNDES, Luiz Eduardo Melin, que já entregou a Mantega sua carta de demissão, esclareceu que o banco está estudando outras duas possibilidades de financiamento de plataformas marítimas de petróleo da Petrobras, a P-51 e a P-54. Segundo ele, que é da gestão Lessa e entregou seu pedido de exoneração, o investimento total nos três empreendimentos, incluindo a P-52, soma US$ 2,4 bilhões, sendo que o nível de participaçao do BNDES vai depender do índice de nacionalização. "Quanto maior o índice maior o financiamento", afirmou o executivo.

Um dos fatores que possibilitou a taxa de componentes nacionais de 60%, contou Melin, foi uma mudança de metodologia no cálculo desse índice. Agora, segundo o diretor, são computados efetivamente as peças com valor agregado no Brasil. Antes, considerava-se a porcentagem do valor total da obra de notas fiscais que eram emitidas no País.