Os participantes do quebra-quebra de ontem protagonizado por manifestantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra(MLST) negam que tenham participado de uma ação planejada. Nos depoimentos tomados até o momento, todos alegaram que planejavam participar de uma manifestação pacífica e que teriam reagido a uma suposta ação violenta da Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados. A informação é do delegado-chefe da 2ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, em Brasília, Antônio Coelho, que participou das autuações e tomou depoimentos dos acusados em conjunto com a Polícia Legislativa
Bruno Maranhão, um dos líderes do MLST, declarou à polícia que não estava presente no momento da depredação e que, quando chegou, tentou acalmar os ânimos. Há casos extremos como o da manifestante Franciele Denísia Assêncio, que foi filmada quebrando equipamentos da Câmara dos Deputados. Ela negou ter participado de qualquer depredação, mesmo depois de assistir às imagens. Mas, segundo o delegado, as filmagens do circuito interno da Câmara mostram que foi dos manifestantes a iniciativa de partir para o confronto
Os 537 adultos presos após a depredação foram autuados por dano ao patrimônio público, formação de quadrilha (teriam se reunido para cometer um crime) e corrupção de menores (teriam praticado um crime diante de menores). Quase metade do grupo era composta de mulheres, além de dez menores de doze anos e 32 com idade entre 12 e 17 anos. Destes, 27, cujos pais foram detidos, foram encaminhados para um abrigo em Brasília. Bruno Maranhão e outros dois líderes do movimento – David Pereira da Silva e Arildo Joel da Silva – também responderão pelo crime de tentativa de homicídio.