Brasília – O Ministério de Minas e Energia confirmou nesta sexta-feira (20) que os protestos no campo de San Alberto, na Bolívia, resultaram no corte de 1 milhão de metros cúbicos diários de gás natural fornecido ao Brasil, dos 26 milhões importados diariamente. Segundo a assessoria de imprensa do ministério, o ministro Silas Rondeau recebeu a informação hoje do ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas. Apesar da redução, o Ministério de Minas e Energia informa que os protestos não deverão provocar problemas no abastecimento de gás natural, a curto prazo.
Os números diferem dos repassados pela YPFB, a estatal boliviana do petróleo. Segundo a empresa, as manifestações na província de Gran Chaco provocaram o corte de 20% do gás natural fornecido ao Brasil e à Argentina.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, Carlos Villegas assegurou que as autoridades bolivianas pretendem agir o mais rápido possível para debelar o protesto. Apesar de uma estação de bombeamento de gás ter sido fechada pelos manifestantes, Villegas esclareceu que as instalações onde o combustível é extraído, operadas pela Petrobras, não foram invadidas.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também manteve contato hoje com ministros bolivianos. De acordo com o Itamaraty, o chanceler brasileiro recebeu garantias de que a manifestação é conseqüência de um problema interno da Bolívia e que não há problemas no nível governamental.
Desde segunda-feira (16), a população da província de Gran Chaco, onde é produzida a maior parte do gás natural da Bolívia, reivindica participação nas receitas geradas pela exploração do combustível na região. O campo de San Alberto é operado pela Petrobras, em parceria com a espanhola Repsol YPF e com a companhia franco-belga TotalFinaElf.