Avaliar e debater os efeitos da exploração agrícola numa região onde predominam áreas de proteção ambiental. Este é um dos objetivos do Seminário ?Conservação de Solos e Água do Paraná?, que será realizado, nesta sexta-feira, em Curitiba.
O evento, coordenado pela Secretaria da Agricultura, Emater, Embrapa Florestas e Universidade Federal do Paraná (UFPR), vai reunir produtores, lideranças e técnicos do setor agropecuário, interessados em discutir e praticar ações que visam a melhoria de práticas conservacionistas na região.
Segundo o engenheiro agrônomo da Emater-Pr, João Carlos Zandoná, cerca de 28 municípios da região metropolitana de Curitiba, além de sete do litoral, vão estar representados no Seminário. ?Esperamos a participação de 400 pessoas?, disse.
Zandoná, um dos coordenadores, destacou a necessidade da comunidade debater temas relacionados ao manejo conservacionista. Para ele, o uso do solo agrícola, os problemas por falta de conservação e os impactos causados no meio ambiente são assuntos que devem estar presentes nas conversas e trocas de informação do dia-a-dia.
?Cerca de 70% da produção agrícola da Região Metropolitana de Curitiba está ou vai estar, brevemente, dentro de área de proteção ambiental?, comentou. A afirmação comprova a seriedade com que deve ser tratada a conservação dos solos e da água.
A principal atividade agrícola desenvolvida na Região Metropolitana de Curitiba é a horticultura. Só a produção de hortaliças envolve aproximadamente 30 mil produtores, que cultivam diferentes alimentos numa área de 32.795 hectares.
De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), a região responde por 50% da produção paranaense de hortaliças, que ultrapassa dois milhões de toneladas.
Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Maurício Tadeu Lunardon, uma das principais características da atividade é o uso intensivo do solo. ?Por isso, é preciso que o produtor tenha consciência da importância de conservar o solo?, afirmou. Além disso, a atividade também consome grande quantidade de água. ?A maior parte das lavouras é irrigada. Então, precisamos estar atentos à qualidade dessa água?, disse.
O agricultor Gerson Fior Maneira, de Campo Largo, considera importante a realização do Seminário. Ele lembra que sempre procura aprender mais sobre manejo conservacionista. Produtor de milho e feijão, ele conta que está em dia com o manejo e a conservação do solo. ?Há mais de 10 anos, adoto práticas conservacionistas. Antes, quando não fazia, vivia preocupado. Num dia de chuva, como o de hoje, já estava com o cabelo em pé. A água vinha e estragava toda a lavoura?, lembrou.
Atualmente, 100% da área, onde ele e o pai cultivam grãos, tem curvas de nível. ?Também, adotamos o plantio direto há cinco anos. Não removemos mais o solo?, concluiu.
O Seminário de Curitiba é o sexto de uma série de 12 eventos realizados no Paraná desde o começo do mês passado. Até o final de setembro, temas relacionados à conservação dos solos e água do estado ainda serão apresentados e debatidos em Santo Antônio da Platina, Cascavel, Pato Branco, Paranavaí, Umuarama e Campo Mourão.