Malan e Scalco participarão de encontro de FHC

O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu que os ministros da Fazenda, Pedro Malan, e o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Euclides Scalco, participarão, com ele, das conversas com os principais candidatos à Presidência da República, na próxima segunda-feira. Malan foi escolhido por sua experiência de quase oito anos no cargo e por ter conduzido, com sua equipe, os entendimentos para a renovação do acordo brasileiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A escolha de Scalco é de natureza política.

Ex-líder do PSDB na Câmara e coordenador político da campanha de reeleição de Fernando Henrique em 1988, Scalco acumulou experiência na relação entre o Executivo e o legislativo e é reconhecido como um ator com bom trânsito em todas as correntes políticas.

O formato da reunião prevê uma exposição sobre as negociações com o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) e o FMI, que resultaram nos empréstimos que serão feitos ao Brasil, no caso US$ 30 bilhões do fundo e US$ 7 bilhões dos dois bancos em 18 meses. No encontro, o presidente pretende mostrar aos candidatos à sua sucessão que, com essas medidas, eles receberão o governo com as contas em ordem e com o balanço de pagamentos de 2003 praticamente financiado em um ano em que as previsões para a economia internacional são bastante sombrias.

O presidente pretende mostrar que, mesmo tendo se antecipado aos efeitos mais severos da crise externa e procurado o acordo com o FMI, isso não foi suficiente para reverter a crise de credibilidade que o Brasil enfrenta e que tem se refletido na forte oscilação da taxa de câmbio e na retração das linhas de financiamento para o comércio exterior. Parte dessa crise de confiança, o presidente poderá dizer, deve-se às incertezas políticas produzidas pela sucessão brasileira. Nesse sentido, o encontro servirá para exibir o grau de maturidade democrática e institucional que o País alcançou e que seus governantes não estão propensos a aventuras.

Na conversa, o presidente não solicitará que os candidatos assinem qualquer termo de compromisso, mas que assumam publicamente um discurso coerente, inclusive no ambiente de suas equipes, e que seja favorável à iniciativa do atual governo.

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