A rebarba da indicação do senador Edison Lobão para o Ministério de Minas e Energia (MME), completando a cota de cinco ministérios negociados pelo presidente Lula com o PMDB, maior partido da coalizão governamental, foi a súbita confusão instalada no Senado com a posse do suplente Edison Lobão Filho na vaga deixada por seu pai.
Edinho, como é conhecido, ainda está filiado ao Democratas, mesmo tendo declinado a um dos principais líderes do partido, senador José Agripino Maia (RN), a decisão de deixar a legenda porque pretende votar a favor do governo.
No PMDB, caminho natural do novo senador, as opiniões estão divididas. O líder do governo, senador Romero Jucá (RR), já disse que a bancada está de braços abertos para recepcioná-lo. Por sua vez, o senador Waldir Raupp (RO) que é o líder da bancada, advertiu que a filiação de Edinho deve ser previamente discutida pela executiva nacional do partido.
Enquanto isso, o PTB, esmerando-se no papel de linha auxiliar da estratégia política do Planalto, se apressou a dizer que a bancada está às ordens. Lobão Filho será senador sem ter tido um escasso voto, beneficiado por uma cláusula absurda e permissiva da legislação eleitoral que consagra o direito dinástico: é o primeiro substituto do próprio pai.
Alvo de denúncias quanto à utilização de sócios fantasmas em negócios particulares, ao que parece uma prática usual entre senadores, Lobão Filho atrai para a Casa de Rui a sombra indesejável de mais um escândalo. Até quando o País vai suportar essas afrontas?