A comparação com a realidade observada nos países em processo de crescimento econômico, como é o caso brasileiro, deixa a desejar quando se conhece o número de mestres e doutores atuando nos campos do desenvolvimento industrial e tecnológico.
A formação de profissionais de alta qualificação não apenas para suprir lacunas existentes nas áreas da pesquisa e magistério de terceiro grau ou para as empresas propriamente ditas, é uma desafiadora carência estratégica.
Por esse motivo, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação, persegue o objetivo de garantir que todos os professores das universidades públicas sejam no mínimo doutores, num horizonte de oito anos.
O esforço também está sintonizado com as prioridades da Política Industrial e de Desenvolvimento Tecnológico, cujo êxito depende da oferta de profissionais em condições de dar respostas específicas e rentáveis aos planos de expansão.
Os campos onde há urgência do aporte de mestres e doutores, entre outros, são os de bens de capital, software, fármacos e medicamentos, havendo ainda demanda apreciável nas atividades de biotecnologia, nanotecnologia e biomassa.
A Capes elaborou o Plano Nacional de Pós-Graduação para os próximos cinco anos, priorizando investimentos em cursos de mestrado e doutorado nas áreas de engenharia e computação, hoje representando 13% dos três mil cursos de pós-graduação em funcionamento no País.
Dessa forma o Brasil terá, em 2010, prontos para atender necessidades do mercado, 45 mil mestres e 16 mil doutores. Segundo a Capes, em 2003 os números eram 27,6 mil e 8 mil respectivamente, embora o avanço tenha sido notável à luz da situação vigente em 1987: 3,6 mil mestres e 868 doutores.
Está sendo trabalhado em conjunto pelo Ipea e CNPq, também interligados à estrutura federal, um plano de identificação das áreas industriais mais carentes de recursos humanos qualificados e, ao mesmo tempo, de orientação do destino dos mestres e doutores formados em universidades brasileiras.
Atualmente os cursos de pós-graduação contam com 126 mil alunos, dos quais 40 mil têm vínculo empregatício. A Capes investe num amplo programa de bolsas de ensino com apoio da iniciativa privada.