A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, por meio da Coordenadoria de Resíduos Sólidos, capacitou apenas no último mês de junho 5,6 mil agentes ambientais em 21 municípios do Paraná que irão implantar a coleta seletiva de lixo. Em 2005 foram capacitadas dez mil pessoas.

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A meta é diminuir a produção de resíduos no Paraná – de 20 toneladas por dia, reciclar para reduzir o volume de lixo que chega aos aterros sanitários e reutilizar os materiais recicláveis, gerando renda e emprego para a população de cada município.

Para o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, o aumento na procura dos municípios pelas capacitações promovidas reflete o sucesso da iniciativa. ?Os administradores municipais tiveram conhecimento da importância da coleta seletiva e da repercussão de ações positivas difundidas em todo o Paraná?, disse Rasca.

A reciclagem pode aumentar em 85% a vida útil de um aterro sanitário. A Secretaria vem trabalhando na eliminação dos lixões a céu aberto substituindo-os por aterros controlados. Dados da Organização Não-Governamental ?Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre)? indicam que o lixo domiciliar produzido é composto por 52,5 % de matéria orgânica – que poderia ser utilizada em um processo de compostagem para recondicionar o solo, 25% de papel, 3% de plástico, 3% de metal e 2% de vidro.
?Restam apenas 16% de materiais que realmente são lixo, ou seja, 86% do volume de lixo que um município gera poderia ser reaproveitado sem ser destinado ao aterro?, afirmou o coordenador de Resíduos Sólidos da secretaria do meio ambiente Laerty Dudas.

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Os agentes capacitados, em sua maioria professores, representantes de órgãos públicos, lideranças de organizações não-governamentais – receberam um kit contendo informações sobre a implantação da coleta seletiva para todos os tipos de materiais como, por exemplo, pilhas, baterias, pneus, agrotóxicos e embalagem longa vida.

Até resíduos considerados inaproveitáveis, como o óleo vegetal pós- consumo, têm um destino garantido. O material explica como trocar seu óleo usado por sabão. ?A maioria dos restaurantes de Santa Felicidade, por exemplo, já utiliza essa técnica. Após o uso, o óleo é acondicionado em galões fornecidos pela própria indústria recicladora, que paga em forma de sabão e detergente?, exemplificou Dudas.

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Segundo ele, para que a coleta seletiva gere renda e emprego a um município ela deve ser feita com planejamento estratégico. ?Isso para que o material separado volte para a cadeia produtiva, chegando até a indústria recicladora que pagará pela matéria-prima?, ressaltou o coordenador, lembrando que o processo envolve além da separação, coleta e transporte.

A cartilha contém ainda informações sobre como os resíduos podem ser reciclados, o que diz a legislação a respeito da destinação correta de cada material e ainda tira algumas dúvidas sobre de quem é a responsabilidade pela coleta de lixos específicos como pilhas e baterias.

Resultados

As capacitações não restringem ou delimitam a ação dos municípios em relação às ações de reciclagem. A cartilha orienta de forma que cada município estabeleça uma campanha com a comunidade, atendendo as necessidades locais.

É o caso do município de Marilândia do Sul, onde o prefeito acompanhou o curso de capacitação em Telêmaco Borba – cidade vizinha – e quando o curso de capacitação chegou em Marilândia do Sul o projeto já estava em desenvolvimento, reciclar o lixo virou lei na cidade. ?O projeto está muito bom, conseguimos reduzir o volume diário de lixo que chega no aterro em 80% e agora só os dejetos são depositados no local. Se o cidadão não separa o lixo, o pessoal da cooperativa não recolhe?, comenta o prefeito de Marilândia do Sul, Jaime Rossi.

A prefeitura fornece os recipientes para a reciclagem e recolhe os materiais orgânicos, separados daqueles que podem ser reciclados. A segunda etapa do projeto vai usar o lixo de material orgânico para compostagem.