Brasília – A raiva é um problema que atinge também a economia dos países. Em 2005, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento notificou 1.911 casos de raiva em herbívoros. Neste ano, até junho, foram registrados cerca de 1.400 casos. A maioria dos casos de raiva em herbívoros ocorreram em bovinos, 90,69%.
A coordenadora de raiva em herbívoros do Ministério da Agricultura, Carla Goulart, explicou que os morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue, são o principal transmissor da raiva para os animais da pecuária de corte.
Segundo ela, o morcego é endêmico em todo o Brasil, encontrado em todas as regiões do país. Apesar de existir vacina para os bovinos, ela não é obrigatória, a menos que haja casos notificados na região. A veterinária orienta os proprietários a notificarem os casos suspeitos às unidades locais de atenção veterinária.
?É muito importante que o proprietário notifique casos de agressão e de presença de morcegos na sua propriedade, e também que ele não procure eliminar o morcego, não procure fechar os abrigos, por si próprio tomar as medidas de controle desses morcegos, porque eles são perigosos e podem transmitir a raiva para o humano?, disse Carla Goulart.
A veterinária é uma das representantes do Brasil na 11ª Reunião dos Diretores dos Programas Nacionais de Controle da Raiva da América Latina (Redipra), que começou ontem (12) e termina hoje (13), na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília.
No próximo domingo (15), o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fabiano Pimenta, abre a 17ª Reunião Internacional de Raiva nas Américas, em Brasília. O evento, realizado desde 1990, é considerado o mais importante fórum de atualização científica sobre raiva. Serão apresentados e discutidos na reunião os avanços obtidos pelos países no combate à doença.