Dos 5.507 municípios brasileiros existentes à época do último Censo (relativo a 2000), 1.496, ou 27,2% do total, tiveram perda populacional entre 1991 e 2000, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo mostra que, juntos, os municípios com perda populacional concentravam 14,6 milhões de moradores em 2000 e que a maioria deles tinha população de até 50 mil habitantes. Houve uma relação direta desse conjunto com os novos municípios criados entre 1991 e 2000, de acordo com o IBGE.
Os dados são parte da publicação "Tendências Demográficas: uma análise da amostra do Censo Demográfico 2000", que faz um retrospecto dos indicadores demográficos e socioeconômicos básicos revelados pelos censos e analisa as tendências de crescimento ou declínio dos municípios no período 1991/2000. Esses estudos demográficos serão atualizados com a realização do próximo censo de população, em 2010.
Segundo o IBGE, entre os municípios com crescimento negativo destacaram-se, pelo seu tamanho populacional, Ilhéus (BA), Nilópolis (RJ), São Caetano do Sul (SP) e Teófilo Otoni (MG). Ainda de acordo com a publicação, foram encontrados grandes pólos de perda populacional em regiões do extremo norte do Rio Grande do Sul, o oeste de Santa Catarina, em áreas próximas à fronteira com à Argentina, no eixo da BR 156; nos municípios da parte central do estado do Paraná, próximos à fronteira com o Paraguai, no eixo da BR 385; assim como um grupo de municípios ao norte do estado, perto dos limites com São Paulo.
Outro pólo importante foi um corredor de municípios que vai de Minas Gerais até a Bahia, entre as BRs 101 e 116. Na região Nordeste, as principais perdas ocorreram nos municípios da fronteira de Alagoas e Pernambuco e nas regiões centrais da Paraíba e do Piauí. Na região Centro-Oeste, o grandes destaques foram os municípios do norte e oeste do estado de Goiás e na região Norte, municípios pouco habitados do sudoeste regional.
Segundo os técnicos do IBGE, os municípios com perda populacional têm mortalidade infantil bem acima da média nacional, chegando a 36,4 óbitos de menores de 1 ano de idade para cada 1000 nascidos vivos. Este número ficou bem acima da taxa nacional em 2000, que foi de 29,7. A menor taxa (27, 0) ficou com municípios que tiveram crescimento populacional entre 1,5% e 3% ao ano.