Os 187.195 mutuários inadimplentes com o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) terão condições vantajosas para renegociar dívidas referentes à casa própria, que somam R$ 13,321 bilhões, anunciou hoje (12) o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy.

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Segundo o diretor-presidente da Empresa Gestora de Ativos (Emgea), Gilton Pacheco de Lacerda, os mais de 180 mil contratos estão espalhados por todo o país, e se referem a financiamentos da casa própria para a classe média baixa em sua quase totalidade, com valores médios de R$ 45 mil. Lacerda diz que muitas vezes o saldo devedor é maior que o próprio valor do imóvel, em função do resíduo que pesa sobre os contratos sem cobertura do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS); e todos os contratos mencionados estão neste caso.

O que o governo oferece, segundo ele, é a possibilidade de reestruturação das dívidas, dentro das possibilidades de cada um, com descontos a serem definidos caso a caso sobre o valor a pagar. Para isso, basta o mutuário procurar uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) para pedir a atualização do valor do contrato, mediante pagamento de uma taxa de pouco mais de R$ 200,00 e procurar a Emgea para renegociar.

"É um negócio como qualquer outro", com taxa média de juros de 9,95% ao ano, disse ele, e cabe ao mutuário avaliar se é vantajoso ou não no seu caso. A reestruturação da dívida será pelo Sistema de Amortização Crescente (Sacre), que não deixa resíduo, e com redução gradativa dos valores das prestações.

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O governo vai disponibilizar R$ 1,2 bilhão ainda este ano para a Emgea renegociar os contratos, com descontos de até 18% para os casos de quitação à vista do saldo devedor. Mas, qualquer que seja a fórmula de reestruturação da dívida, haverá descontos ? uns maiores, outros menores, dependendo do caso ?, segundo ele.

"O governo não está perdoando dívidas. Trata-se de uma equação muito equilibrada que leva em consideração uma realidade de dificuldades dos últimos 15 anos; uma herança que queremos sanear. Não dá para perdoar dívidas, porque não seria justo com o resto da população", argumenta Joaquim Levy.

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Do total de contratos inadimplentes, assim considerados todos aqueles com mais de três prestações em atraso, 34.345 já passaram do limite de tempo de financiamento. A pendência, agora, é por causa do resíduo. Outros 59.893 mutuários entraram com ação na Justiça contra os termos atuais das correções do saldo devedor, e a Emgea pediu a execução judicial (tomada) de 25.796 casas e apartamentos.