Brasília – Começou nesta terça-feira (14) a terceira edição da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas, que avalia o conhecimento de alunos de quinta série do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio de todo o país. As provas são feitas nas próprias escolas durante o horário letivo. Em 5 de outubro sai a lista dos classificados e os locais de prova da segunda fase, que está marcada para o dia 20 de outubro.
A olimpíada é uma iniciativa do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), com apoio dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Educação (MEC).
O interesse dos estudantes tem crescido desde a primeira edição do concurso, em 2005, quando foram 10 milhões de inscritos. Em 2006 esse número passou para 14 milhões. E este ano, são mais de 17 milhões de estudantes de 38 mil escolas, que vão disputar 1.110 medalhas de ouro, prata e bronze.
O crescimento causou satisfação e surpresa para Joe Valle, secretário de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia. ?Uma coisa impressionante mesmo [o crescimento], o que pode mudar bastante coisa. Você tem esses alunos sendo estimulados na questão da matemática, que é uma coisa extremamente básica e importante. Quem sabe nós não vamos ter aí, logo, logo, um Prêmio Nobel de Matemática* no nosso país?, disse Valle.
A professora Verlúcia Moreira Cavalcante dá aulas de matemática em uma escola pública de Brasília, onde estudam cerca de 500 alunos. Segundo ela, a participação foi grande. ?Houve uma adesão praticamente em massa dos alunos. Eles despertaram um interesse muito grande em participar e concorrer na olimpíada?, disse.
A escola inclui a competição no seu currículo, usando como pontuação não só de matemática, como também de todas as disciplinas.
Rafael Barroso, da 5ª série, aprova a realização da olimpíada. ?Achei legal porque incentiva a gente a estudar mais, preparando a gente?. Segundo ele, a prova não foi difícil. ?Para quem estudou foi fácil?.
A primeira fase é composta por 20 questões de múltipla escolha. A segunda, que reúne os 5% melhores de cada escola, tem apenas questões dissertativas.
César Camargo, diretor-geral do Impa, destaca a qualidade da prova. ?Essas questões são todas muito motivadoras, interessantes. Elas não requerem muito conhecimento do material de estudo, mas ela pretende medir a capacidade de criatividade do estudante e sua habilidade?.
Os três mil alunos que tiverem as melhores notas vão ganhar um curso de Iniciação Científica Júnior por um ano, com bolsas de R$ 100 mensais do CNPq. Vão receber também preparação especial de professores universitários. A escola do melhor aluno de cada estado e do Distrito Federal vai ganhar um laboratório de computação e certificados de mérito nacional. Os professores dos 100 melhores alunos vão fazer estágio no Impa.
* No Prêmio Nobel não existe a categoria Matemática