Mais 9 ex-deputados são denunciados na CPI dos Sanguessugas

A Justiça Federal deve acolher na próxima semana denúncia contra mais nove ex-deputados federais suspeitos de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Todos são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A nova denúncia foi feita ontem (31) com base em escutas telefônicas, depoimentos prestados à Justiça e informações repassadas a Mato Grosso pelos Ministérios Públicos de outros Estados. "Grande parte desses nomes estavam em listas encontradas nas sedes das empresas envolvidas no esquema", disse o procurador Marcelo Medina.

De acordo com Ministério Público, as novas denúncias não foram divulgadas anteriormente porque alguns dos funcionários do Congresso cometeram as irregularidades quando trabalhavam em outros gabinetes. "Somente agora conseguimos cruzar informações e chegar a essas pessoas", afirmou Medina. Ao todo, já são 140 denunciados à Justiça entre parlamentares, assessores, empresários e funcionários do Ministério da Saúde acusados desviar R$ 110 milhões do Orçamento da União a partir de 2002. Deles, 19 são ex-deputados. O MPF deve fazer mais acusações.

O juiz substituto da 2ª Vara Federal em Mato Grosso, César Augusto Bearsi, começou a analisar hoje a denúncia do MPF contra 59 envolvidos no esquema: nove ex-deputados federais, 49 assessores parlamentares e um servidor do Ministério da Saúde. Entre os ex-deputados denunciados está Emerson Kapaz (SP), que pediu afastamento da presidência do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). Os demais são Cleuber Brandão Carneiro (PFL-MG), Eber Silva (PDT-RJ), Gessivaldo Isaías de Carvalho Silva (PMDB-PI), José Aleksandro da Silva (PSL-AC), Luis Eduardo Almeida de Oliveira (PP-RJ), Matusael do Nascimento (PST-RJ), Nair Maria Xavier Nunes Oliveira Lôbo (PMDB-GO) e Paulo César Marques de Velasco (PSL-SP).

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