O já impopular primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, ficou ainda mais enfraquecido ontem com a repentina renúncia do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Dan Halutz, na noite de terça-feira. Segundo pesquisa de opinião divulgada pelo canal 10 de TV e conduzida pelo Instituto Smith, 69% dos israelenses acreditam que Olmert tem de seguir os passos de Halutz e renunciar. Entre os entrevistados, 85% afirmaram que o ministro da Defesa, Amir Peretz, também deve deixar o cargo.
Analistas qualificaram a renúncia de ?terremoto político?, especulando que ela pode causar um efeito dominó na cúpula israelense. O primeiro-ministro já enfrenta uma investigação criminal por suposta influência na privatização do segundo maior banco do país, em 2005. Agora, ele começa a colher os frutos da insatisfação pública com os resultados do conflito entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, que terminou há seis meses.
?Não está claro se Olmert conseguirá sobreviver à renúncia de Halutz e a seus próprios problemas políticos?, disse o cientista político Efraim Inbar, da Universidade Bar-Ilan. ?Seu partido talvez pressione para substituí-lo diante do tumulto causado pela saída do comandante do Exército.? Se o partido não pressionar, é possível que a opinião pública se encarregue de derrubar Olmert.
Desde que sucedeu ao popular Ariel Sharon na chefia do governo, em abril de 2006, a popularidade de Olmert só caiu. Segundo pesquisa do Instituto Dialog, divulgada na sexta-feira pelo jornal Haaretz, Olmert tem apenas 14% de aprovação, 6 pontos percentuais a menos do que na pesquisa anterior. Amir Peretz caiu de 14% para 10%.
Ainda segundo a pesquisa, se os israelenses fossem às urnas hoje o partido de Olmert, o Kadima, perderia as eleições para o direitista Likud, do ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. O Kadima receberia apenas 12 das 120 cadeiras do Parlamento. Hoje, o partido tem 29 assentos.