De um modo geral, os deputados aceitaram bem o desmembramento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O presidente dos Democratas (ex-PFL), deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que se não houver problemas para o meio ambiente, o partido votará a favor da medida provisória que vai dividir o Ibama em dois; se notar alguma ameaça de aumento do aquecimento global, quer debater mais e poderá se posicionar contrário à MP.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), historicamente ligado ao meio ambiente, também se disse favorável às mudanças, pelo menos num primeiro momento. A exceção ficou por conta do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que também atua na área. Para ele, a medida provisória que o governo vai editar para mudar a estrutura do Ibama revela o autoritarismo da administração de Luiz Inácio Lula da Silva, visto que quem discorda do Palácio do Planalto é mandado embora.
"Se for para dar sustentabilidade ao crescimento, sem comprometer o meio ambiente, somos a favor e vamos ajudar o governo", disse o presidente dos Democratas. "É preciso ter em conta que a Amazônia é fundamental para o País. O governo diz que as queimadas estão diminuindo. Se estão, queremos que diminuam mais", disse ainda Rodrigo Maia.
"Acho que vai desburocratizar o órgão e dar mais celeridade tanto ao processo de proteção do meio ambiente quanto ao de concessão de licenças", afirmou o líder do PT, Luiz Sérgio. "Vamos ter sempre um debate produtivo com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente). Queremos ver como se dará essa mudança, qual pessoal disporá um lado e outro, se as modificações não são apenas retóricas", afirmou Fernando Gabeira.
"Para mim, a divisão do Ibama revela um ato autoritário, arbitrário, sem limites", atacou Mendes Thame. "Pode-se ir até o limite da lei, mas não se pode passar por cima da lei, para que sejam aprovadas as licenças ambientais na marra, como quer o governo", disse ele. "O presidente Lula tem se revelado o dirigente do País mais contrário ao meio ambiente nos últimos 30 anos", afirmou ainda.
