O ex-atacante equatoriano Alberto Spencer, o maior artilheiro de todos os tempos na Copa Libertadores da América, com 54 gols, morreu ontem, em Cleveland, nos Estados Unidos, onde estava hospitalizado por causa de problemas cardíacos. Ele tinha 69 anos e vivia em Montevidéu, no Uruguai, onde passou os melhores anos de sua carreira, com a camisa do Peñarol.
"Seu coração não agüentou mais", disse seu filho, também chamado Alberto, que o acompanhou até Cleveland, para onde Spencer foi levado no mês passado. A família ainda não decidiu onde o corpo será enterrado, já que o próprio ex-jogador se dizia dividido entre o amor pela terra natal e pelo Uruguai, "onde encontrei o amor de minha vida e criei meus filhos", afirmava.
Revelado pelo Everest, clube equatoriano hoje extinto, Spencer era conhecido como "cabeça mágica" por sua habilidade pelo alto. Ele chegou ao Peñarol no início da década de 60, e ajudou o clube a conquistar duas edições da Libertadores, em 1961 e 1966 – no primeiro dos títulos, fez o gol da vitória decisiva sobre o Palmeiras por 1 a 0. Em Libertadores, marcou 48 gols. Ganhou ainda duas vezes o Mundial Interclubes, também em 1961 e 1966, e sete títulos uruguaios.
Voltou a seu país em 1971, para defender o Barcelona de Guayaquil, pelo qual marcaria outros seis gols e foi campeão equatoriano no mesmo ano. Quando encerrou a carreira, voltou a viver em Montevidéu, trabalhando como cônsul.
Considerado o melhor jogador equatoriano de todos os tempos, não conseguiu disputar a Copa do Mundo – em tempos em que o futebol do país engatinhava, disputou apenas 11 jogos pela seleção, com quatro gols marcados. Também disputou amistosos pela seleção uruguaia – fez um gol numa derrota por 2 a 1 para a Inglaterra em Wembley – e, como era descendente de ingleses, chegou até a ser cotado para defender o English Team, mas as negociações não avançaram.