Beijar o símbolo e bater no braço demonstrando garra foi mais do que uma simples comemoração de gol diante do Treze. Magrão assumiu de vez o amor pelo Corinthians. "Estes dez meses que estou aqui estão sendo um presente na carreira. Defender o Corinthians é diferente e agora sou o orgulho da família", disse o volante, filho de corintianos fanáticos. "Com todo respeito ao Palmeiras, mas agora vivo algo muito especial, que foge do lado profissional.
Magrão se identifica bastante com a principal música da torcida. Em sua imaginação, sente que o canto "Corinthians minha vida, Corinthians minha história, Corinthians meu amor", quando vem das arquibancadas, parece estar sendo direcionado a ele. Está tão feliz com a recepção calorosa dos corintianos que resolveu deixar o Palmeiras de lado. Anda magoado com a falta de respeito dos torcedores do ex-clube e agora só fala em dar alegrias aos alvinegros.
"Sempre falei que quando um volante faz gols, ele tem de extravasar, pois é coisa rara. E eu tinha uma coisa entalada na garganta das vaias que recebi no Morumbi (dos palmeirenses, no clássico)", desabafou. "Ajudei a tirar o Palmeiras da segunda divisão e eles não me respeitaram. Não tenho demagogia, estou muito bem aqui, e o beijo no símbolo foi de carinho. Os corintianos sempre me aplaudiram e o gol serviu de compensação por não termos vencido o clássico", enfatizou.
A cada gol – já foram seis, três deles na Copa do Brasil – Magrão vai garantindo a alegria dos pais. Seu Jucelino e dona Maria Aparecida fazem questão de, depois de todos os jogos, ligar para o filho para dar os parabéns. "Antes eles não assistiam a meus jogos. Agora, não perdem um e até no Pacaembu estão indo", comemora o volante, dizendo que os pais não aceitavam vê-lo no Palmeiras. "Meu pai chegou a ligar, chorando, após o gol. Disse que foi um belo gol e me deu os parabéns. Que alegria", se emociona Magrão.