Magnata russo diz ter interesse na Varig

Genebra – O magnata russo Boris Berezovski, um dos investidores do Corinthians, estuda um plano para salvar a Varig Em entrevista exclusiva à Agência Estado, o russo – procurado na Suíça, França e em seu próprio país por lavagem de dinheiro – admitiu que está avaliando o caso da empresa brasileira. Berezovski vive exilado na Inglaterra e é acusado de ter participado no desvio de US$ 600 milhões da Aeroflot, empresa aérea russa, para contas na Suíça, de acordo com documentos do Tribunal Federal Suíço obtidos pela Agência Estado.

Apesar de ser procurado pela Interpol a pedido do governo russo, Berezovski admitiu hoje (29) que permaneceu por duas semanas no Brasil. "Acabo de regressar hoje mesmo do Brasil onde encontrei pessoas extremamente interessantes e estudadas", afirmou.

O russo vive exilado em Londres com o aval do governo britânico. Mas cada vez que se desloca a outro país seus passos são seguidos de perto pelo governo russo. Há dois meses, foi a um dos países bálticos. Ao deixar a região, a Lituânia foi questionada por Moscou sobre o motivo da viagem e por que Berezovski não foi preso. Poucos dias depois, o russo foi colocado em uma lista elaborada pelo governo lituano das pessoas que não poderiam mais entrar no país.

No fim do ano passado, o magnata já havia indicado à Agência Estado seu desejo de conhecer o Brasil, o que provocou na embaixada russa em Brasília comentários de que o empresário seria preso se fizesse tal viagem.

Quanto à sua chegada ao Brasil, Berezovski não deu explicações sobre como teria obtido o visto de entrada. Mas garantiu que quer "voltar logo" ao País. "O Brasil é um País cheio de oportunidades de negócios. Uma delas é a Varig e estou estudando a situação da empresa para tomar uma decisão", afirmou Berezovski.

O magnata garante que, apesar de ter estado no Brasil, não tratou de temas relacionados ao Corinthians. "Fui apenas tratar de outros negócios", explicou. "Tenho certeza de que o Brasil será uma das economias que mais crescerão nos próximos cinco ou seis anos. Tenho de confessar que, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito, tive medo diante das posições que pensei que ele poderia tomar. Mas está claro que não se trata de nenhuma ameaça. O Brasil vive um bom momento de estabilidade econômica que trará resultados importantes", afirmou.

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