A dona de casa Roselange Moraes Ferreira, de 26 anos, e seu namorado Sildeon Rabelo de Carvalho, de 33 anos, foram presos nesta quarta-feira (7) em Santos, na Baixada Santista, após terem simulado o seqüestro da filha de Roselange, de apenas três anos. O objetivo da mentira era extorquir dinheiro do pai da criança, um comerciante do ramo pesqueiro, casado, e que mantinha um relacionamento extraconjugal com a acusada.
Porém, o plano começou a dar errado quando o pai da criança decidiu comunicar à polícia do crime, na noite de ontem. "Eles chegaram a brigar na delegacia porque ela não queria que se colocasse a polícia no caso", disse o Diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo e Interior 6 (Deinter 6), Waldomiro Bueno Filho.
De acordo com o delegado, a história contada pela mãe da criança logo pareceu inverossímil, inclusive por causa da tranqüilidade em que ela descreveu a situação. "Ela disse que foi seqüestrada em via pública com a filha, que os seqüestradores colocaram capuz e um lenço embebido em uma substancia química para a criança dormir, que ela foi jogada fora do carro em Cubatão".
A desconfiança da polícia aumentou ainda mais quando a menina foi encontrada, cerca das 8 horas da manhã, dormindo na escadaria de um ateliê de pintura no bairro do Boqueirão. Bueno Filho disse que a mãe entrou em contradição porque disse que sabia do local onde a criança havia sido encontrada, sendo que ninguém a havia avisado.
Após horas sendo interrogada na Delegacia Anti-Seqüestro (DEAS), durante a tarde, Roselange enfim admitiu que simulou o seqüestro e que pretendia pedir R$ 60 mil de resgate ao pai biológico da criança. Ela disse também que a criança passou a noite escondida em um barraco na favela do Dique de Sambaiatuba, em São Vicente, junto com o namorado.
Roselange e Sildeon, seu namorado, foram presos, vão responder ao crime de extorsão mediante seqüestro e podem pegar uma pena de 4 a 12 anos de reclusão. A criança, que apresentava uma queimadura de cigarro no peito e sinais de má higiene, será encaminhada ao Conselho Tutelar.
