As mães de dois policiais militares supostamente mortos em confrontos com traficantes se reuniram hoje com o Comando da PM no Rio para dar fim a um drama: elas tentam para receber pensão do Estado, mas esbarram em um problema burocrático. Como os corpos dos soldados desapareceram (há indícios de que teriam sido carbonizados), as mães precisam recorrer à Justiça para provar que seus filhos não são desertores – afastamento caracterizado pela ausência do policial militar sem justificativa após um período de oito dias.
Para conseguir a pensão, as mães vão ser encaminhadas à Defensoria Pública a fim de mover uma ação de "morte presumida". "Somente desta maneira, a PM poderá solicitar o arquivamento do processo de deserção e pagar a pensão provisória", explicou o assessor jurídico da corporação, major Renato Junqueira Thomaz.
Desde a morte do filho, o sargento Milton Roberto do Nascimento, lotado no Batalhão de Bangu (14º BPM), em 1999, a aposentada Maria Luzia do Nascimento, de 69 anos, busca o que lhe é de direito. "Estou cansada, sofrida e sem resposta", disse. A dona de casa Maria da Conceição Vieira, de 54 anos, mãe do PM Alexsandro Vieira, lotado no Batalhão de Niterói (12º BPM), tenta conseguir a pensão há um ano, quando o filho foi assassinado.