A mãe de duas crianças, de um e três anos, encontradas ontem (11) pela Polícia Federal em uma casa no Bairro Centenário, em Curitiba, negou hoje (12), em depoimento na polícia, que pretendesse dar ou vender os filhos para serem enviados ilegalmente para fora do País. As crianças foram encontradas com um casal, suspeito de estar vinculado ao norte-americano James Todd Burch, preso terça-feira sob a acusação de ser o intermediário no Brasil de uma quadrilha especializada na transferência ilegal de crianças para o exterior. Segundo a mãe das crianças, a diarista identificada como Silvana, as meninas foram entregues ao casal porque ela "não tinha condições financeiras de criá-las".

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A diarista negou que conhecesse o norte-americano. O casal, no entanto, disse conhecer Burch, mas nega qualquer tipo de atividades ilícita. Silvana confirmou que conhece a babá Raida Silva de Souza, que morou quatro meses na residência do casal para o qual ela deu as crianças. Raida foi encontrada pela polícia na última terça-feira (10) em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, com outro bebê, de três meses, registrado como David e que tinha na documentação o nome de Burch como pai. O registro foi feito com informações falsas prestadas pela mãe da criança. A polícia não conseguiu fazer qualquer ligação entre a babá e a possível rede de tráfico. Ela está sendo tratada apenas como testemunha.

Burch, que teria envolvimento com o tráfico de crianças, poderá ser indiciado por tráfico de menores, fraude processual e falsidade ideológica. O norte-americano está vivendo ilegalmente no Brasil desde o dia 3 de março, quando seu pedido de visto foi negado, por ele estar divorciado de sua mulher brasileira. Ele vive no Brasil há 11 anos. Hoje, um representante da Embaixada dos Estados Unidos esteve na sede da Polícia Federal para se informar sobre o caso.

A polícia brasileira devem acionar organismos policiais dos EUA para tentar localizar uma outra criança, que hoje teria cinco anos. Segundo a polícia, Burch, que teria registrado a criança, garante que a crianças vive com seus familiares no Alabama desde 2003.

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