Uma madrugada amarga para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para os ministros da área econômica e da articulação institucional e, sobretudo, para a liderança governista no Senado. Todos foram tentar dormir o restante da noite com a cabeça fervendo pela derrocada da prorrogação da cobrança da CPMF até 2011.
Depois de sete horas de intensos debates e acalorados discursos – a maioria a favor da cobrança -, o presidente recém-empossado Garibaldi Alves (PMDB-RN), que não votou, colocou a matéria em votação e o resultado do placar eletrônico foi o seguinte: 45 votos favoráveis e 34 contrários.
Para ser aprovada a matéria precisava de 49 votos. Ela somente poderá ser reapresentada ao Congresso na forma de nova emenda constitucional. Se aprovada, a cobrança terá prazo de 90 dias para ser iniciada.
Votaram contra o governo seis senadores da base: Jarbas Vasconcelos (PE), Mão Santa (PI), Geraldo Mesquita (AC), Expedito Júnior (RO), César Borges (BA) e Romeu Tuma (SP). O senador Mozarildo Cavalcanti (RR), que garantira votar contra, acabou faltando à sessão para comparecer ao velório do governador de seu estado, Ottomar Pinto, falecido na terça-feira.
Democratas e tucanos votaram em peso contra a prorrogação, os últimos ignorando os candentes apelos dos governadores José Serra e Aécio Neves. A culpa da derrota foi imediatamente atribuída à péssima condução política da questão pelos operadores do Planalto.
Na undécima hora chegou ao Senado uma carta-apelo assinada pelo próprio Lula. Era tarde…
