Ele faz discurso de gente grande, mas o sorriso fácil do garoto de 16 anos o condena. É só um menino. Lulinha, principal nome do Corinthians na estréia com goleada na Copa São Paulo de Futebol Júnior, até tenta falar como os profissionais e suas frases típicas.

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?Não temos nada ganho, é preciso manter a humildade.? Mas do que ele gosta mesmo é das brincadeiras próprias de sua idade. ?Sou igual a todo mundo, gosto de soltar pipa, jogar videogame, tenho até meus namoricos.

Mas ele não sorri tanto quando fala do seu futebol. Não por duvidar de seu sucesso, mas porque prefere pensar na sua carreira com mais seriedade. ?Eu sempre jogo muito sério. Quero conseguir uma vaga no time profissional ainda este ano.

Não é para menos. Recém-promovido ao time júnior, Lulinha renovou seu contrato até julho de 2009 e tem como procurador Wagner Ribeiro, o mesmo de Robinho. No fim do ano, Ribeiro disse que o Barcelona estaria interessado em Lulinha. ?Eu fechei contrato com o Corinthians, só que o Barcelona está oferecendo um rio de dinheiro para a família?, disse Ribeiro. Lulinha não quer saber disso. Por enquanto.

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?O importante é fazer uma ótima Copa São Paulo e construir meu nome no Corinthians?, diz o fã de Ronaldinho Gaúcho. ?Adoro suas jogadas, seus passes, mas meu estilo é mais parecido com o do Kaká?, compara.

Mesmo se vier a mudar para a Europa, Lulinha diz que não pensa em ficar longe de Mauá, na Grande São Paulo, sua cidade natal. ?Quero construir minha carreira na Europa, mas nada como voltar para minha cidade. Quando parar, vou voltar para Mauá.

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Corintiano de coração, mas quase um jogador profissional. Como Lulinha lida com isso? ?O Luís Marcelo (seu nome real) é corintiano pra caramba; já o Lulinha não pode torcer para ninguém. Mas eu quero muito ganhar do São Paulo. Estou engasgado com eles desde que ganharam o Paulista sub-17?, admite o torcedor-jogador.

E talvez apenas como torcedor é que Lulinha estaria relacionado ao Corinthians. Em 1998, com oito anos, o menino foi com o amigo Rafael Pipoca a uma peneira do clube do Parque São Jorge. De calça jeans, ele só queria assistir ao amigo. ?Estava lá assistindo e me chamaram. Me deram um short, fui para o jogo e gostaram de mim. Pediram para que eu voltasse e estou aqui até hoje?, diz o jogador, que já treina para ser craque.